segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Queen + Paul Rodgers - 29/11/2008: Rio de Janeiro (HSBC Arena)

Dizem que quem é Rei (no caso, Rainha) nunca perde a majestadade. E que o Rio de Janeiro teve uma série de espetáculos internacionais de bom nível de Rock N´Roll nesse ano de 2008, ninguém discute. Porém, o que ninguém jamais esperava era que o Queen viesse parar nas terras tupiniquins depois de 23 anos. E ainda por cima, trazendo consigo o amigo Paul Rodgers, para a divulgação e turnê do disco “The Cosmos Rocks”, o 2° da parceria entre a banda e o vocalista. Como bom fã de ambos, eu não poderia ter perdido essa oportunidade, que eu espero desde os meus 16 anos de idade, quando conheci o Queen, banda com a qual possuo uma profunda ligação emocional pelas letras e músicas.

Antes de começar a falar do show, já sei que muita gente vai indagar ao ler o meu primeiro parágrafo: “Como assim? Você tá falando do Queen, mas não citou em momento algum o Freddie Mercury?”. Já que é inevitável, vamos lá. Infelizmente, eu tinha 8 meses e 10 dias de vida quando a banda veio ao Rock N´Rio em 1985 na turnê do “The Works”, e não era nem nascido em 1981, quando vieram a São Paulo na turnê do “Hot Space”. Quanto a Freddie, eu não esqueci dele e nem gosto menos dele do que dos outros membros da banda. Não me enquadro no grupo de “fãs” que enchem a boca pra dizer que “Queen sem Freddie Mercury não existe”. Apesar de não ter assistido o mito cantar ao vivo e de não fazer parte da geração a qual ele encantou durante os anos 70 e 80, eu conheço muito bem o trabalho da BANDA (pode-se dizer com isso que incluo Freddie nessa). Nunca vi e nunca verei Freddie Mercury como Deus e os outros três como a banda que tocava pra ele. Queen eram 4 pessoas completamente diferentes uma das outras, com influências musicais muito distintas e que tinham uma química muito boa, a ponto de conseguir encaixar o estilo de cada um nas composições individuais e soar como uma unidade. Acredito que a fórmula do sucesso musical da banda veio daí. Claro que no palco, Freddie roubava a cena. Era inevitável. O cara nasceu pra isso, ele era um showman nato, colocava a platéia nas mãos e brincava com ela, se divertindo pra valer, se destacando naturalmente e atraindo todos os holofotes pra si, além de cantar brilhantemente como poucos. Eu lamento muito não tê-lo visto ao vivo, porém, por ser fã da banda e conhecer bem os trabalhos, posso dizer que conheço o estilo do Freddie e sei fazer a distinção do Queen antingo e do Queen atual.

Aí vem a polêmica: Por que Queen? Segundo Brian May: “Não usar esse nome significaria ignorar completamente que nós tivemos um passado.” Concordo! Quem fez esse passado glorioso, hoje enaltecido por uma geração de pessoas que sequer eram nascidas na época do auge da banda e por fãs radicais, não foi o Freddie Mercury sozinho. Aí caímos naquela questão: John Deacon não está ao lado de Brian May e Roger Taylor nessa nova empreitada. Uma pena! Ele não quis ficar no cenário musical, quis viver outra vida, longe de tudo que fez no passado. É um direito de escolha do cara não é? Ou vale ficar a pena perdendo tempo especulando se foi porque o uso do nome Queen e o uso de outro vocalista é uma apelação comercial pra ganhar dinheiro as custas de um passado brilhante, que supostamente deveria ser enterrado com Freddie, quando o mesmo nos deixou em 24 de Novembro de 1991 (há 17 anos atrás), vítima da AIDS? Não importa! Brian e Roger estão vivos, e muito bem! Tocando como nunca! Qual foi o grande legado que Freddie deixou em “Innuendo”? “O show tem que continuar!”. Remetam-se a questão de que no auge, a banda viajava em aviões separados, pois em caso de algum acidente, os outros permaneceriam vivos e continuariam com o legado criado e imortalizado pelos QUATRO! Podem observar que, após a turnê de "A Kind of Magic", quando Freddie teóricamente adoeceu e cada um fez os seus projetos solos em paralelo, a banda não acabou (apesar do nível musical dos dois últimos discos com Freddie terem caído de padrão consideravelmente). Peguem 3 músicas do último disco com Freddie vivo, o "Innuendo": The Show Must Go On, These are the days of our lives e a própria Innuendo. Analisem nas letras o que Freddie canta ali e pensem se não era uma vontade dele que a banda seguisse, pois o próprio, apesar das conhecidas crises de estrelismo que tinha fora do palco, em relação a banda, nunca demonstrou (pelo menos não publicamente) que era um ser superior. John não quis continuar tocando, mas nem por isso, Brian e Roger deixam de representar o Queen pelo que foi e pelo que ainda pode ser.


E quanto a Paul Rodgers? Quem é? Muita gente não sabe né? Claro, ele nunca foi um cantor popular, apesar de bastante conhecido no cenário musical do Rock, e já estava na ativa antes do Queen ser formado. Rodgers foi fundador de uma das melhores bandas inglesas de Classic Rock, o Free. Essa banda influenciou muita gente boa nos anos 70 (inclusive o próprio Queen). E após o fim do Free, Rodgers ainda montou outra banda, o Bad Company. Um cantor de qualidade e potencial indiscutíveis, um grande performista ao vivo e de estilo completamente oposto a Freddie Mercury. Outra pergunta: Por que ele foi escolhido, ao invés de alguém com voz ou estilo semelhante ao de Freddie, como George Micheal ou Robbie Williams (entre outros nomes já especulados)? Novamente voltamos a questão inicial: Queen é uma banda. Freddie era o vocalista. Queen + Paul Rodgers é uma banda que precisava de um cantor e um cantor que precisava de uma banda. Ponto!

Lógico que questões comerciais são questionáveis pelo uso do nome Queen sem os dois integrantes fundadores. Mas mesmo assim, por que não usar? E qual é a intensão ao colocar um cara supostamente desconhecido cantando músicas do Freddie? Aí é que quem não tem conhecimento pra falar e enche a boca pra criticar, entra pelo cano! Ninguém está substituindo ninguém! A maioria das músicas do Queen que eles tocam ao vivo e que Rodgers canta, não são do Freddie, e sim de Brian, John e Roger. E já que, com Freddie vivo e por razões obvias, nos shows, o destaque principal era ele. Mas e agora? Freddie se foi. Uma pena, que Deus o tenha! Mas os caras estão aqui e tem muita lenha pra queimar e potencial ao vivo que talvez nunca tenham tido a chance de mostrar como estão tendo agora. Paul Rodgers não é o único que está cantando na banda. Brian May e Roger Taylor, que sempre cantaram músicas nos discos do Queen, além de fazer vocais de fundo maravilhosos nos discos e ao vivo, também cantam suas próprias músicas, coisa que pouco faziam nos shows com Freddie, conforme eu já disse, por razões obvias. Querem mais argumentos? Brian tocando música de sua carreira solo. Mais algum? Queen, a banda, tocando músicas do Free e do Bad Company, dando espaço para Paul. Aí eu pergunto: Tem alguém substituindo alguém aí? Ou tem uma banda querendo voltar a ativa, mas que, por ter um passado glorioso que não pode ser ignorado, deveria se esconder por trás de um mito popular?

Não amigos, Queen + Paul Rodgers é outra coisa. E não dá pra comparar, são duas coisas muito distintas e únicas! E quem conhece bem os trabalhos de Brian May, dentro e fora do Queen, sabe que as raízes musicais dele se combinam muito com as de Paul Rodgers (claro, quem conhece as bandas do Paul sabe disso também). E Roger Taylor nessa história? Todos sabemos que ele e Brian May sempre foram muito bem introsados, e após a morte de Freddie, quando ambos vaguearam muito pelo final dos anos 90 e início de 2000, participando de trocentos mil tributos, sem objetivo e sem saber o que fazer pra voltar com o Queen, os dois ficaram muito unidos e não poderiam deixar de entrar numa empreitada juntos. A prova disso é que essa parceria com Paul Rodgers em 2005, já rendeu um Cd/Dvd ao vivo, o maravilhoso "Return of the Champions", resultado de uma turnê de experimentação super bem sucedida em toda Europa, e agora, um disco novo, com material inédito e composto em parceria. O que há de errado nisso? Nada!

É natural que mais músicas do Queen sejam incluídas no repertório, afinal, mesmo tendo mais tendo mais tempo de estrada, Paul nunca teve a metade da popularidade mundial do Queen. Ele se adaptou a banda e a banda se adaptou a ele. Em momento algum existe tentativa de imitação de Freddie, e novamente eu realço: São pouquíssimas músicas que Freddie compôs no Queen que são tocadas no show. Isso é respeito e preservação pela memória do amigo, músico e ídolo, e uma questão de respeito aos fãs do Freddie, da banda e uma questão também de respeito próprio, pois Freddie era único e uma tentativa de imitação do mesmo por parte de qualquer cantor e com concentimento da banda, seria passar por cima de toda ideologia que eles sempre pregaram ao longo de sua carreira! Claro que é impossível não citar ou homenagear o Freddie durante o show. O cara fez parte daquilo ali, e ignorar que ele existiu seria impossível. Por isso, durante o show, existe o momento reservado para homenagear o grande cantor, ídolo das multidões, amigo pessoal e colega de banda. Enfim, chega de comparações! Só queria deixar claro antes de começar a descrever o espetáculo brilhante que assisti, para que a pessoa que vier a ler o que estou escrevendo não pense que eu sou mais um da nova geração que está falando o que está falando por não conhecer Freddie Mercury ou por não tê-lo visto ao vivo. Infelizmente, não tive o prazer de assistir nem Freddie e nem John, mas o legado dos caras está aí e quem conhece só o populacho que a mídia vende (como Greatest Hits e Collections da vida), eu sugiro que busque as raízes da banda pra enteder do que estou falando e do que ainda vou falar.

Bom, vamos ao show. Mega produção, como sempre, com direito a palco gigante e uma rampa de acesso para ficar perto da platéia. Preço absurdo, como sempre. Local super contramão, como sempre. Enfim, Rio de Janeiro, shows de Rock, geralmente é isso. O preço tava salgado até pra quem tinha meia entrada. Não lotou, graças ao preço, a má divulgação, ao anúncio em cima da hora e outros fatores. Mas não vamos ficar discutindo isso, senão é mais um discurso que eu vou ter que fazer sobre o porque dessas coisas acontecerem. Mas não posso deixar de dizer que dei sorte (sorte pra mim e azar pra quem pagou a pista vip), pois graças ao preço salgado da pista vip, a mesma ficou vazia, e acabou sendo aberta para a pista pobre (onde eu me encontrava) e isso me permitiu acesso a boca do palco, ou melhor, da rampa, de onde vi tudo de perto com perfeição! Como eu disse, se a gente for debater questões de preços e organizações de shows no Rio, vamos entrar em uma discussão longa e fora do foco do assunto em pauta.














O show estava marcado para as 22:00. Como no Brasil nada começa na hora, houve 30 minutos de atraso, e graças a Deus, não teve banda de abertura! O show começa com a imagem de The Cosmos Rocks, e vários efeitos sonoros, raios, trovões, efeitos futuristas no estilo “Dobra Espacial” de Jornada nas Estrelas. E fica aquela expectativa: “O que que eles vão tocar? Como vão abrir?” E foi em grande estilo. Antes da banda entrar no palco (não dava pra ver, pois fica tudo escuro e o teto do HSBC Arena ficou todo cheio de estrelas), ouvimos o riff de “Now I´m Here”. Fiquei extasiado com a possibilidade do show abrir com essa música e ouvir Rodgers cantando ela. Mas foi só um trecho do riff. Banda no palco. Música: “Hammer to fall” (autoria: Brian May). Começou bem, mas foi só um trechinho, pra depois começarem uma música que põe todo mundo pra pular e que é uma das clássicas do Rock estilo Queen: “Tie your mother down” (também de Brian May), e cantada no estilo Paul Rodgers, ficou forte, potente e animou a galera. E a partir daí, foi uma sucessão de clássicos do Queen. “Fat Bottomed Girls” (outra de Brian) mostrou o quanto os vocais entrosados permanecem como característica da banda, visto que não só Roger, Brian e Paul fazem esse côro juntos, mas os outros três integrantes (falarei deles mais a frente) também. E a música não pára! “Another one bites the dust” (John Deacon), “I want it all” (do disco “The Miracle", nunca tocada ao vivo com Freddie) e “I want to break free” (John Deacon) extasiaram todo mundo. Minha única ressalva negativa foi não terem dedicado nenhuma das músicas do John pra ele, afinal, essas duas músicas que são mega-hits são de autoria dele. Enfim...

















Nessas músicas, percebemos algumas mudanças de arranjos sem mudar a base e de como Paul se adaptou bem a elas, e de como elas foram bem adaptadas a Paul. O cara também é um showman, e canta muito! A platéia já estava conquistada. No meio dessas músicas, Brian fez um agradecimento ao Rio, e ainda tentou falar em português.
Mas ficar só no passado não dá. E já que “The Cosmos Rocks” foi um disco novo gravado pela banda e pelo vocalista, o ideal seria apresentar alguma coisa desse material (infelizmente foi pouca coisa, porque mal ou bem, o passado acaba sempre falando mais alto. É inevitável). Tocaram o single “C-Lebrity” e a ótima “Surfs Up Schools Out”. Ótimas músicas, em especial a última, que lembra um pouco o Bad Company e mostra claramente o entrosamento entre o vocalista e a banda, que continua competente e em grande forma, ao contrário de outros contemporâneos já decadentes e que ainda insistem em apelar pro passado sem ter condições de fazer. Enfim...
Hora dos momentos solos. Paul foi apresentado por Brian May: “Por favor, aplaudam o nosso amigo que está aqui para cantar umas canções com a gente: Paul Rodgers”. E o cara ficou sozinho no palco com um violão, e cantou a belíssima “Seagull” do Bad Company. Isso mostrou a competência do cara, o passado dele, o fato de além de ser um puta cantor, ainda toca bem uma viola, e de novo vem a questão: o espaço é do Queen + Paul Rodgers. Após isso, Paul chamou ao palco o seu amigo, o “Doutor Brian May”(pra quem não sabe, Brian concluiu recentemente sua tese de Doutorado em Astronomia). Indo para a frente do palco, na rampa, Brian pegou seu clássico violão de 12 cordas e fez um agradecimento a toda a equipe pelo maravilhoso espetáculo que estavam podendo proporcionar ao mundo ao longo dos três meses dessa turnê. E em seguida, agradeceu ao Rio pelo carinho e hospitalidade e preparou todo mundo pra se emocionar.

















Brian disse as seguintes palavras: “Eu ainda consigo me lembrar de vocês cantando em 1985. Então vamos cantar mais uma vez para os amigos ausentes. Vamos cantar para o Freddie.” E eis que ele começa “Love of my life”, levando muitos da platéia as lágrimas, por mais que todos soubessem que ele ia fazer isso, pois fez em São Paulo e faz desde sua carreira solo. Enfim, uma bela e justa homenagem, pois quem ficava sentado ao lado de Freddie tocando essa música, era o próprio Brian, e ninguém melhor do que ele pra cantar e homenagear o amigo nessa canção. É um momento lindo do show que não tem como não emocionar, visto que o próprio não aguentou e se emocionou junto. Mas não parou por aí! Eis que um roadie da equipe chega no palco e coloca um bumbo do lado de Brian. Isso não seria atoa. Roger Taylor é chamado pelo amigo e entra todo elegante, de branco e usando uma gravata preta (meio brega na minha opinião, mas isso é só um detalhe). E então Brian pede pra todos cantarem com eles e começa os acordes de “39”, belíssima composição de sua autoria, gravada no “A Night at the opera”. No refrão da música, Brian pára de tocar e deixa o público cantando (confesso que eu me esgoelei nessa hora, pois eu amo essa música!). Agradecendo, ele diz que está tudo ótimo, mas parecia estar faltando algo mais na música. Então ele chama o resto da banda ao palco (a exceção de Paul). Entram o guitarrista Jamie Moses (que fez parte da banda solo de Brian, e se encaixou como uma luva nessa formação do Queen com 2 guitarras), o “5° Membro” do Queen, o tecladista Spike Edney (que sempre tocava teclado nos shows do Queen nos anos 80, geralmente bem escondidinho, sem mostrar a cara, e que também tocava na banda solo de Brian, e agora, finalmente veio pra frente do público) e o Baixista Danny Miranda. O que eles fizeram foi algo realmente inesperado. Jamie estava com um violão, Danny com um baixo acústico (daqueles que se toca em pé e que parece um violãocelo) e Spike estava com um ACORDEOM (sim, uma sanfona mesmo!). E microfones foram colocados pra eles também. Brian pede pra platéia continuar e os 5 juntos dão seqüência na 2° parte de “39” que ficou IDENTICA e até melhor que a do disco (quase infartei quando vi isso! rsrsrs)
















Todos saem do palco, exceto Roger e Danny. Roger, apenas com as baquetas e um bumbo colocado na rampa, começou a brincar e se virou pro baixo de Danny. Enquanto o baixista tocava as notas, Roger usava as baquetas e tocava o baixo. Nunca vi isso! Muito louco! O baterista fazendo um solo de baixo junto com o baixista, e usando as baquetas pra tocar enquanto o cara dava as notas. Muito original e muito bom! Claro que no meio desse solo, rolaram riffs clássicos de baixo, como “Under Pressure” e “Another one bites the dust”. Danny Miranda deixa o palco e Roger fica sozinho, com o bumbo e um estimbal colocado por roadie. O que ele ia fazer tocando numa bateria incompleta? Tocar com as partes que tinha. E era o que ele tava fazendo, até os roadies trazerem pouco a pouco, a caixa, os outros tambores e os pratos. E ele não parava, ele ia tocando no que era colocado até o Kit estar completo. Eu não tava acreditando que tavam montando outra bateria na rampa do palco pro cara tocar! Muito surreal! Quando ele terminou o solo, colocaram um microfone pra ele. Só faltou ele cantar. E cantou! Brian e o resto da banda chegaram e Roger cantou a sua música marca registrada “I´m in love with my car” (também do “A Night at the opera”). O público estava extasiado! E como se não bastasse, Roger cantou outro clássico de sua autoria: “A Kind of Magic”. Foi mágico mesmo!



























Ainda sentado na bateria montada na rampa do palco, era hora de cantar mais uma de sua autoria. Brian se sentou ao lado dele, e começaram a cantar “Say it´s not true”, que Roger escreveu para a campanha de Nelson Mandella contra a AIDS há uns anos atrás, e que já havia sido registrada no album “Return of the Champions” e foi gravada agora em “The Cosmos Rocks”. Roger cantou a primeira parte, Brian cantou a segunda e Paul apareceu para cantar o final, exatamente como no disco. Foi um momento lindo e com certeza emocionante!














Hora de cada um voltar pro seu respectivo lugar no palco e dar seqüência no show. “Feels like making love” do Bad Company (uma das melhores, senão a melhor do Bad Company) foi tocada pela banda e Paul, como sempre arrasou nos vocais. Uma homenagem ao vocalista foi exibida no telão, com imagens de diversas épocas de toda sua carreira. Muito bacana e merecida! E mais uma vez reforça a idéia Queen + Paul Rodgers. Dando seqüência, tocaram a música “We belive” do novo disco, e empolgaram bem a platéia.


Chegou a vez de Brian fazer o seu solo. E fez brilhantemente, como sempre, e tivemos mais uma surpresa que pegou o público desprevinido! Quem conhece o Queen, sabe que nos shows ao vivo da banda, quando Brian fazia seus solos sempre usando trechos do solo da música Brighton Rock, do disco "Sheer Heart Attack", e que Freddie entrava no meio e cantava um trecho curtinho, caía fora e Brian seguia. Em meio ao solo que estava tocando (no qual incluiu o riff de Keep yourself alive, percebido por poucos), Brian começou uma introdução de uma música que está no disco "Innuendo", e que vem antes de "The show must go on". É uma música de 3 minutos e que tem um curto trecho de Freddie cantando que não dura nem 1 minuto. O resto da canção é um solo harmonioso de Brian. Estamos falando de Bijou. E não é que no meio do solo, uma imagem de Freddie cantando aparece no telão e a voz dele é colocada em cima da música, dando a sensação de que ele estava lá. (A imagem em questão é do show de Wembley 86) Nossa, foi de arrepiar! Algo totalmente inesperado! E a música é uma gracinha, é uma curta declaração de amor em poucas palavras. A impressão que me dá é que Freddie escreveu isso para o seu último namorado como um tipo de despedida, sei lá. Seja como for, foi perfeito e muito lindo! E como se não bastasse, Brian ainda faz a gentileza de extasiar a platéia tocando “Last Horizon”, do seu primeiro disco solo “Back to the light” (Já com a banda de volta ao palco). Momento maravilhoso!
















Paul ainda não tinha voltado pro palco. Aí ficou a dúvida: O que vão tocar? Eis que o som do baixo começa a fazer aquela batidinha clássica e Roger Taylor começa “hum ban ban ban, hum ban ban ban bay”. Era “Under Pressure”, totalmente inesperada, sendo cantada por todos os membros se revezando! Roger começou, Brian entrou nas partes que Freddie cantava em agudo e os outros músicos fizeram a parte do David Bowie, e o final, todos cantaram juntos. Desculpem a expressão, mas foi do caralho!!! Paul voltou ao palco e começaram “Radio Ga Ga” (autoria de Roger Taylor). O cara deu banho cantando e a platéia deu um show a parte com aquelas palmas coreografadas que viraram marca tradicional da música. Jamie Moses pegou um violão e Brian pegou sua guitarra preta e logo em seguida mandaram “Crazy little thing called love”, com uma reação uníssona do público gritando “Ready Freddie?”. Muito legal!! Em seguida, mais uma música nunca tocada ao vivo com Freddie: “The show must go on”, que teve uma interpretação explêndida de Paul, que chegou a arrepiar e emocionar todos os presentes. Sem falar nos solos de Brian e o teclado de Spike Edney marcando o rítmo da música. Maravilhoso! Mas uma emoção muito maior estava pra começar: Começam as notas de piano de "Bohemian Rhapsody". Legal, mas advinhem só quem estava cantando?











Freddie Mercury! Sim, eis que o homem aparece no telão sentado no seu piano durante um show, e a banda toca a música ao vivo em cima da voz dele! (Tanto a imagem quanto a gravação da voz de Freddie foram extraídas do show/dvd "We Will Rock You" de 1984, gravado em Montreal.) Coisas que a tecnologia de hoje permite e que causou uma comoção geral, como se o próprio Freddie estivesse ali. Foi maravilhoso! Na parte da opera, entrou o playback (que sempre entrava nos shows com Freddie, mesmo porque, é impossível reproduzir aquilo ao vivo). O público cantou e cantou alto, enquanto imagens de várias épocas da banda aparecia no telão. Na parte Rock da música, a banda voltou ao palco e Paul também, cantando o final. Na hora do “Nothing really matters”, Freddie voltou ao telão, dividindo o vocal com Paul, meio que num dueto, e a parte do “Nothing really matters to me...” foi cantada pelo público. E na parte do “Anyway the wind blows”, ouvimos a voz de Freddie e a imagem dele na última cena do clip de “These are the days of our lives” (que é cantada por Roger Taylor no dvd “Return of the Champions", com essa formação, mas não foi tocada nesse show e fez falta!). Fim do show? Só da primeira parte. A banda sai do palco, mas claro que ia ter o bis.
De volta para o Bis, Brian May apareceu vestindo uma camisa do Brasil. Muito bacana da parte dele! Nem todos os músicos estrangeiros que vem tocar aqui possuem esse respeito. O bis veio com a faixa título “The Cosmos Rocks”, que empolgou a galera. Em seguida, veio o hino do Free, “All right now”, talvez a música mais popular que a clássica banda de Rodgers possua. O refrão foi cantado com muita empolgação pela platéia, apesar da maioria não conhecer bem os versos da música. Já tava dando pra sentir que estava acabando. E como um show do Queen termina? Da mesma forma que termina desde o lançamento do disco "News of the world"
Com a dobradinha clássica “We will rock you” e “We are the champions”. A primeira, com as clássicas palmas e o refrão cantado em uníssono pela platéia, que reproduziu tradicionalmente a batida com palmas, e se encaixou como uma luva na voz de Rodgers. E a última, foi emoção total, fechando um grande espetáculo! No agradecimento ao público, como também era de tradição “God Save The Queen” rola no playback enquanto a banda agradece. Um agradecimento muito carinhoso ao público brasileiro, que recebeu bem a banda em sua nova fase. Um espetáculo pra ficar na memória!














Saí de lá em estado de graça. Duas ausências foram muito sentidas: Freddie Mercury e John Deacon. Fiquei pensando que foi uma pena eu não ter tido a oportunidade de ver os dois ao vivo na época, mas pelo que eu conheço da banda, da filosofia deles, e até do próprio Freddie através das suas letras, “O show tinha que continuar” e está continuando e muito bem! Acredito que o Freddie, de onde quer que esteja, está vendo isso e tá dando aquele sorrisinho sarcástico dele e falando “Que legal, eu queria estar aí também!”. Não tô reproduzindo algo que Brian ou Roger já falaram, mas quem conhece a banda, quem conhece o que Freddie expressava sobre si mesmo através das suas letras, sabe que ele era bem capaz de falar um lance desses. Da mesma forma que acredito que John não seja contra eles estarem fazendo o que estão fazendo. Só é uma pena que ele não tenha aceitado participar. Danny Miranda é um bom baixista e dá conta do recado muito bem, mas John é John, o som do seu baixo é diferente, é algo meio inexplicável, e é estranho ver o Queen na ativa sem ele, por mais espetacular e genuíno que som da banda esteja. Mas enfim, foi a escolha do cara, e respeitar é o que nós devemos fazer.













Foi em partes a realização de um sonho. Não foi a banda que eu ouvia na minha adolescência, a banda com a qual tenho uma ligação emocional da qual eu não consigo explicar, mas de certa forma, mesmo não sendo na sua totalidade, eram eles sim! Brian e Roger fazem parte disso, e eu nunca consegui separar o Queen dos seus 4 membros. Nessa formação com Rodgers, a coisa ficou diferente, mas ainda assim, teve a cara do Queen que eu conheci e adoro! Cada um teve o seu espaço, mostrando os grandes músicos que são e o vigor que ainda tem pra continuar levando o legado pra nova geração que está entregue a porcaria que temos como música nos dias de hoje. E isso não quebrou a minha ligação emocional com essa banda em momento algum, pelo contrário! Só aumentou a minha admiração pelos mesmos! Foi tão emocionante como qualquer coisa feita pela banda ao longo dos seus 35 anos de existência. Uma aula de música, um banho de Rock N´Roll, respeito pelo público e pelos amigos ausentes que escreveram a História dessa banda gloriosa! Foi o melhor show do ano, e quiçá da minha vida! Valeu a pena cada centavo e cada momento de espera! E que voltem mais vezes, pois assistir esses caras, nunca será demais!
Deus Abençoe a Rainha! (God Save The Queen!)
DADOS DO SHOW:

DIA 29/11/2008
LOCAL: HSBC ARENA - BARRA DA TIJUCA - RIO DE JANEIRO
DURAÇÃO: 2 Horas e 30 Minutos.
SET-LIST:
1) Intro + Hammer to Fall
2) Tie your mother down
3) Fat Bottomed Girls
4) Another one bites the dust
5) I want it all
6) I want to break free
7) C-Lebrity
8) Surfs Up... Schools Out
9) Seagull (Paul Rodgers/Bad Company)
10) Love of my life (Brian May)
11) 39 (Todos, menos Paul)
12) Solo de Baixo (com Roger Taylor)
13) Solo de Bateria (Roger Taylor)
14) I´m in love with my car (Roger Taylor)
15) A Kind of Magic (Roger Taylor)
16) Say it´s not true (Roger, Brian e Paul)
17) Feels like making love (Paul Rodgers/Bad Company)
18) We belive
19) Solo de Brian May / Bijou (Freddie Mercury no telão)
20) Last Horizon (Brian May)
21) Under Pressure (Todos, menos Paul)
22) Radio Ga Ga
23) Crazy Little Thing Called Love
24) The Show Must Go On
25) Bohemian Rhapsody (Freddie Mercury no telão)
26) Cosmos Rocks
27) All Right Now (Free)
28) We Will Rock You
29) We are the champions
30) God Save The Queen

6 comentários:

Yuri disse...

Como vc havia dito no post,o Queen não era apenas o Freddy Mercury,e sim,os 4. Como acontece no caso do ACDC... O Bon Scott morreu,mas a banda continuou,e com um novo vocalista.
Concordo em gênero,número e grau. THE SHOW MUST GO ON!

Unknown disse...

Belo comentário. Mas se não estou errado: num ponto vc disse que Freddie entrava cantando durante o solo de Brian, a música "Bijou" também conhecida como The Big Spender, mas na verdade são músicas diferentes e Freddie tb não cantou Bijou com Brian em shows, pois eles não fizeram shows juntos depois de Innuendo. ABraços e estão ótimos seus comentários. Ah..eu estava aqui em 81 e comprei ingresso por Rock n Rio..mas não deu pra ir..Mas fui agora em São Paulo-http://br.youtube.com/watch?v=VKCLfYVExxg - veja o vídeo que fiz lá no via funchal.

Yuri Calandrino disse...

Tem toda razão Rômulo, muito obrigado por me chamar a atenção pra esse detalhe!

Bijou é do Innuendo mesmo, e eu nem me toquei. Acho que a emoção de ter visto o Freddie naquele telão com a imagem do show de Wembley me embaralhou! Já estou fazendo a correção.

Muito legal o seu vídeo! Eu filmei alguma coisa, mas como eu tava próximo demais das caixas de som, o áudio estourou. Pelo que eu li, os shows aí foram bem mais animados que o daqui. Adoraria ter visto! E poxa, que sorte a sua ter visto o de 1981. Legal mesmo!

Obrigado pelos seus comentários! Tem outra resenha que eu fiz sobre o dvd do "Classic Albuns" do "A Night at the Opera". Depois dá uma conferida.

Obrigado mais uma vez pelas palavras!
Um abraço!

Unknown disse...

nao.. ele disse que ele NAO viu o de 81

hahahha eh a emoção...
tambem to a semana inteira meio lezada....

ainda nao li todo o texto, o q eu li adorei

Angelica disse...

Queen é a melhor banda de sempre. Eu encontrei o melhor negócio no Brasil. Eu encontrei uma loja que vende roupas para cães com logos de bandas de rock. Eu recomendo.

Anônimo disse...

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