domingo, 22 de março de 2009

IRON MAIDEN - SOMEWHERE BACK IN TIME - PRAÇA DA APOTEÓSE RJ: 14/03/2009

Salve Salve caros amigos que ainda lembram da existência desse Blog ou que param para lê-lo! Primeiramente, Feliz Ano Novo! rsrsrsrsrs (Não, não estou sendo irônico, mas vocês sabem como funciona a atualização disso aqui né?)

Dia 14 de Março de 2009. A primeira postagem do blog nesse ano novo, apesar dos fatos que serão relatos a seguir terem acontecido semana passada. Estou falando do Iron Maiden, umas melhores, quiçá a melhor banda de Rock/Heavy Metal da Velha Geração Setentista que ainda sobreviveu com honras e glórias no nosso pavoroso mercado fonográfico.

Depois de 30 anos de carreira, a banda resolveu premiar seus antigos e fiéis fãs, e também a nova geração de idades mais distintas que apresentam um verdadeiro “fanatismo” pelo seu trabalho, com um show que certamente entraria pra História do Rock. Os famosos “Golden Years” seriam revividos nessa turnê, ou seja, nada de músicas novas, só clássicos. Para reviver esse momento, a idéia foi remontar o palco da turnê mais popular e grandiosa da banda durante os anos de 1984/1985. Pra quem não sabe, essa foi a “Era Powerslave”, que gerou a “World Slavery Tour”, que faz jus ao nome de "turnê escrava", pois foi a mais rodada turnê da banda no auge pelo mundo inteiro, e que quase os esgotou de cansaço físico e mental. E aí surge a pergunta: Seria essa uma turnê caça-níquel? Sim e não. Eu explico:

Sim, porque o sucesso em termos lucrativos são tão concretos que, após a turnê do último album de estúdio, “A Matter of Life and Death”, o lançamento do dvd “The Early Years Volume 2” já era esperado, assim como uma turnê para divulgar o mesmo. E assim como o dvd “The Early Years Volume 1” contou com uma turnê de divulgação contendo apenas músicas dos 4 primeiros albuns da banda - “Iron Maiden”, “Killers”, “The Number of the Beast” e “Piece of Mind”, e que infelizmente só rodou na Europa; para o próximo lançamento, “The Early Years Volume 2”, era esperado que na turnê, fossem inclusos músicas dos albuns “Powerslave”, “Somewhere in time” e “Seventh Son of Seventh Son”. O dvd foi lançado, mas com outro título: “Live after death”, o mesmo título do primeiro album e VHS ao vivo da "Donzela de Ferro" durante os "Golden Years". Esse dvd contem o show do "Live After Death" remasterizado e na íntegra, e muitos extras sobre essa fase da banda, atuais e antigos (incluindo a primeira passagem da Banda no Brasil em 85, no Rock N´Rio). E uma nova proposta de turnê foi feita: Reviver o período de ouro da banda nos anos 80, incluindo músicas também do “Live After Death”, que por se tratar de um album ao vivo, incluía músicas clássicas dos 4 primeiros discos, inimagináveis de ficarem fora de um show do Iron Maiden. Para isso, o palco da "World Slavery Tour" seria remontado, e novos efeitos especiais e pirotecnicos seriam aderidos e o show ganharia um formato exclusivo, mas que traria de volta todo o brilho e poder que fascinou uma geração, servindo como revival para quem viu a banda no seu auge e como apresentação de um período inimaginável de ser revivido para ser apresentado a gerações posteriores que conheceram a banda por “Fear of the dark” e outros momentos posteriores. Não se trata propriamente de um caça níquel, porque de certa forma, talvez o Iron Maiden seja a única banda que não precise disso, não apenas em termos financeiros, mas também em termos musicais. Se olharmos para bandas que possuem mais de 20, 30 anos de carreira e que ainda estão na ativa, o Iron Maiden é a única que não apela para o passado pra sustentar seus shows e suas vendas. Ao lançar um disco novo, a "Donzela" sempre toca o mínimo de 6 músicas novas, e mescla com 8 clássicas, sempre alternando a cada turnê. Sem falar na forma da banda, tanto a física quanto a musical, sendo ainda capazes de promover um espetáculo de primeira qualidade. Portanto, trazer de volta uma turnê revival a essa altura, é realmente um presente para os nostálgicos e um resgate para a nova geração de perdidos na onda do “New Metal” e outras porcarias do gênero que infestaram o mercado ao longo das duas últimas décadas.

A turnê teve início em Fevereiro de 2008, e passou pelo Brasil em Março de 2008, em 3 cidades: São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, sendo que nesta última, há um registro quase oficial que já rodou o mundo todo, visto que vazou a imagem matriz do telão do show com o áudio da mesa de som, sendo o pirata mais perfeito da turnê em dvd. Com muito sucesso, várias músicas resgatadas, que certamente não serão mais tocadas nos próximos shows que a banda virá a fazer com material novo, o sucesso foi além das expectativas. E a banda fez a promessa de voltar com a turnê em 2009 para visitar cidades que não puderam ser visitadas (entre elas Rio de Janeiro) e outros lugares onde nunca tocaram. Além do lançamento de um filme documentário, que seria lançado com toda a documentação da turnê, bastidores, locais inéditos, e rotina completa da banda durante um período exaustivo de uma turnê desse porte. O documentário se chamaria: “Flight 666”.

Dito e feito! A promessa fora cumprida. Iron Maiden voltou ao Brasil em 2009, trazendo a segunda parte da turnê para o Rio de Janeiro e outras cidades inéditas, como Manaus, Belo Horizonte, Brasília e Recife. E o filme foi lançado em premiere exclusiva no Rio, no Cine Odeon, que teve ingressos de preço esgotado em menos de 2 horas de abertura de bilheteria. Em Abril desse ano, esse filme/documentário, “Flight 666” irá direto para os cinemas, antes de seu lançamento oficial em dvd.

O dia da Premiere foi o mesmo dia do show no Rio, na Praça da Apoteóse, o dia 14 de Março. Esse show era aguardado por vários cariocas, principalmente porque na primeira parte da turnê, não foi possível para a banda trazer o palco completo, com os templos, pirâmides, esfinges e com todos os efeitos e pirotecnias possíveis e imagináveis que faziam parte do show. Não que isso fizesse diferença para atrair o público, mas a relação do Iron Maiden com o Brasil sempre foi muito forte, e nenhum integrante da banda nunca escondeu isso. O Brasil merecia ter o show completo e uma promessa havia sido feita e honrada! O repertório dessa segunda parte da turnê foi alterado. Aí vem as polêmicas. Não que o repertório atual pudesse desagradar alguém, mas é inevitável surgir um questionamento: Por que tirar determinadas músicas que estavam sendo tocadas na primeira parte da turnê e que estão de acordo com a proposta da mesma, e substituir por outras que já são habitualmente tocadas em shows tradicionais? Essa pergunta passou batida pela maioria das pessoas presentes no show, mas ficou na minha cabeça e na de poucos que, assim como eu, tem uma grande paixão musical pela banda e sua história, mas não possui um fanatismo no coração. Enfim, comentarei melhor sobre isso durante a resenha do show.


O dia estava esquisito. Um temporal desabou no Rio no dia anterior. A preocupação era como estaria o tempo na hora do show. Felizmente, a chuva que tinha que cair, caiu antes e não houve nenhum empecílio meteorológico. O público, 25 mil pessoas, estava muito calmo, mas ansioso. O som ambiente durante a espera foi o melhor possível. E a pontualidade britânica impressionou, visto que shows nacionais e internacionais nessa cidade NUNCA começam na hora. As 20:30, Lauren Harris, filha do Baixista e dono do Iron Maiden, Steve Harris, sobe ao palco e faz sua apresentação de abertura. Lauren acompanhou a banda durante quase toda a turnê abrindo pra eles. Seu estilo é um Hard Rock farofa misturado com Avril Lavigne. Sua bandinha de 3 integrantes é boa e fez o dever de casa. Seu show teve duração de meia hora e foi o suficiente pra não esfriar o público e não cansá-los também. Afinação de intrumentos aqui e ali, roadies pra baixo e pra cima no palco, o público já estava a toda querendo que a "Donzela" entrasse em cena.


21:30 em ponto, a canção “Doctor Doctor” da banda UFO (banda esta que está entre as influências do Maiden) começou a tocar bem alto. Como já é sabido por muitos, esse era o sinal de o show estava pra começar. Ao final da música, as luzes se apagaram e os telões foram ligados. Com imagens do avião da banda, o Ed Force One, e de várias outras com o som de "Transylvania" (em playback) era sinal de que o show começaria. E eis que aparece Winston Churchill, Primeiro Ministro Britânico na época da Segunda Guerra Mundial, e várias imagens de aviões de guerra. Com seu tradicional discurso de guerra, todo mundo já sabia qual era a primeira música:





ACES HIGH. Não existe música melhor do que essa pra abrir um show do Iron Maiden, ainda mais numa turnê desse estilo. E foi fantástico! Uma forte explosão trouxe os caras pra cena e Bruce Dickinson, o “Mr Air Raid Siren” já chegou detonando (assim como o resto da banda), se mostrando em ótima forma, melhor até do que na época do auge (coisa que já vinha sendo mais do que comprovada ao longo dos anos, desde sua volta ao Maiden, há exatos 10 anos). Essa música é um clássico absoluto. A sensação que temos é de visualizar um avião de guerra em zig zag com ataques e bombardeios. E o côro do público no refrão arrepia a espinha de qualquer um. Dando sequência direta, veio WRATHCHILD, uma música poderosa e punk do 2° disco da banda, “Killers”. Essa foi uma música que não estava no set-list da primeira parte da turnê e entrou agora. E cá entre nós, totalmente dispensável! Apesar de ser uma música excelente e que gera sempre grande resposta por parte do público, essa música é tocada em todos os shows tradicionais da banda, tendo muito bem continuado dispensada dessa turnê, ao invés de entrar no lugar de uma música mais tradicional ou rara de ser tocada. Mas quem se importava com isso além de mim e mais uma meia dúzia? Ninguém! O público pulou e se esvaiu de cantá-la. Na sequência, “TWO MINUTES TO MIDNIGHT”. A segunda faixa do album "Powerslave" sempre é bem vinda pelo público, com riffs avassaladores de Rock N´Roll genuíno e o famoso refrão sempre cantado pela platéia! (e com direito a "Scream for me Rio de Janeiro!") Pronto, todo mundo já estava em ponto de bala e querendo mais!


Bruce se comunica com a platéia e fala sobre a volta ao Brasil, o lançamento do filme e anuncia as mudanças no set-list. Foi aí que anunciou a próxima música, uma que raramente eles tocavam desde que a lançaram no album “The Number of the Beast”. Tratava-se de CHILDREN OF THE DAMMED. Realmente, um clássico absoluto e inesperado, com uma linda melodia e Adrian Smith roubando a cena com uma guitarra dupla vermelha e seus riffs e solos precisos e harmoniosos que fazem qualquer um babar!

Em seguida, mais uma surpresa: PHANTOM OF THE OPERA. O clássico do 1° album da banda, quase nunca tocado, fez a galera toda delirar e cantar até as melodias na forma de “oooohhh ooohhhh”. Um show a parte das guitarras, apesar de Janick Gers ter tocado a parte do solo de Adrian Smith. Não vou entrar no mérito da discussão sobre os 3 guitarristas. Isso já foi muito discutido em vários sites, foruns e blogs, e debater isso aqui, na resenha de um show, desvirtuaria totalmente o foco, visto que seria preciso fazer uma viagem por vários albuns da banda pra estabelecer parâmetros. Mas no show, foi aquela mesma coisa de sempre: Janick enrolado e sujando os solos, mas fazendo sua performance teatral que agrada várias pessoas e irrita muitas outras (como eu por exemplo), e Adrian roubando a cena na sua discrição e concentração. E Dave Murray no meio, fazendo sua parte e sempre carismático, com sorriso no rosto e agradando a todos. Não podemos deixar de citar o dono da banda, pois Steve Harris também roubou a cena com suas linhas de baixo, que estavam fazendo tremer até as arquibancadas do sambódromo. E nessa música então... Impossível descrever o momento, foi sensacional!















Seguindo o show, Bruce veste o uniforme vermelho da Cavalaria Inglesa e pega a bandeira da Inglaterra. Não podia ser outra senão THE TROOPER. Impressionante como essa música mexe com as pessoas e agita uma platéia inteira que, de acordo com o rítmo e a história na letra da música, parece se transformar em cavalos e cavalgar pra frente e pra trás, cantando a música inteira em uníssono! Sensacional! Aliás, vale um destaque para a forma física dos caras! Nenhum deles (Bruce principalmente) pára durante o show! Parecem um bando de mosquitos elétricos se mexendo e agitando de um lado pro outro. Haja pique e energia pra isso!

Esse é um dos destaques e diferenciais do Iron Maiden nos shows. E por falar de virtuosismo, originalidade e precisão de guitarras (leia-se Adrian Smith) mesclados a linhas de baixo poderosas, a próxima música, muito querida por todos e pouco executada pela banda, também marcou: WASTED YEARS. Infelizmente, a única presente do belíssimo album “Somewhere in time”, que curiosamente, dá o nome da turnê “Somewhere back in time” e é da música "Wasted Years" que veio a definição desse período como os “Golden Years”. Mas tudo bem, pulemos essa parte, porque as performances que vieram a seguir foram impecáveis!

RIME OF THE ANCIENT MARINER. A famosa música de 13 minutos que fecha o "Powerslave" esteve presente durante toda a turnê. Todo mundo sabia disso antes mesmo da turnê começar, mas mesmo assim, todos pareciam incrédulos ao ver esse épico, um dos mais cultuados da banda, ser executado ali, na íntegra, como há 25 anos eles não tocavam. E o público cantando tudo, até a parte falada! Incrível! No palco, o cenário e os efeitos eram os melhores possíveis! O cenário escuro, com o painel do mar, e objetos soltos, parecendo lascas de madeira e navio. Nicko McBrain também teve destaque nessa música. Além de marcar as milhões de variações, cuidou de toda parte da percussão na parte lenta, fazendo uma sonoplastia arrepiante! Na metade da música, muita fumaça, como se fosse a neblina. E na hora do solo, uma sequência de fogos e explosões no teto do palco que embasbacaram muita gente! E o figurino de Bruce era a capa preta, representando a morte e o velho marinheiro ao mesmo tempo. Brilhante e perfeito!


Fim da música, tudo escuro. Barulho de vento e uma risada macabra ao playback. O que era isso? POWERSLAVE. O tema do Deus Egípcio da Morte Osíris foi brilhantemente executado, com Bruce usando a mesma máscara da turnê de 84/85, emergindo do fogo no meio das pirâmides e esfinges de olhos vermelhos no palco. E com o seu famoso bordão “Scream for me Brazil!” fez todo mundo cantar o refrão! O show estava no ápice do êxtase. Mas ainda tinha mais!

RUN TO THE HILLS foi a próxima. Essa música é outra que sempre está presente em todos os shows e esteve presente na primeira parte da turnê. E eu bati contra isso. Se era pra inserir outras músicas do período antigo e limar algumas da turnê passada, essa era uma que poderia ter sido limada, pois além de estar presente em todos os shows regulares, esteve na primeira parte da turnê. Mas o público não estava nem aí! Berraram bem alto a parte do “We gave him hell!” e o refrão, além de terem pulado e galopado que nem loucos, o que era muito bacana de se olhar da arquibancada, diga-se de passagem!

Na música seguinte, eu brochei legal: FEAR OF THE DARK. Pronto, vai ter um monte de gente querendo me bater por causa do que eu vou falar agora. Fui contra essa música fazer parte dessa turnê desde o início, visto que ela é de 92 e não pertence ao período que a banda propôs pra tocar na turnê. Mas foi a música que trouxe (e ainda traz) trocentas mil pessoas pra assistir a banda e que de certa forma, introduzem os fãs aos outros trabalhos. Mas eu não aguento ver pessoas que só conhecem Iron Maiden por causa dessa música, ou que enchem a boca pra dizer que essa música é a melhor de todas, sem conhecer o resto. Pior ainda, é quando a gente vê pessoas que só conheceram a versão ao vivo e que acham que o “You” que o Bruce fala pedindo ao público pra cantar, faz parte da música. Foi nessa música que eu observei uma coisa que me chamou atenção: Os caras estavam cansados. Mas não era um casaço físico ou algo que refletisse na performance impecável que tiveram durante toda a noite até o momento. Era um cansaço mental, uma fadiga do tipo “Chega, vamos tocar outras coisas, fazer material novo” ou algo do tipo “Precisamos de férias”. Depois do Rock N´Rio 3, lançado em cd e dvd, Bruce passou a inserir uma risada nessa música. Nesse show, o tom da risada estava diferente. Não estava maquiavélico ou provocante, estava debochado, como quem estivesse dizendo “Não aguento mais cantar essa porra!”. E isso estava nítido nos olhos dele, e na banda toda (até do Janick, que sempre se esbaldou nessa música). Mas digo novamente: Quase ninguém (talvez só eu) notou isso. Essa música mexe com a platéia mais do que qualquer outra do Iron. Nunca vi uma multidão cantar tão uníssona em toda minha vida! Sem falar na agitação. Talvez seja por isso que ela não saia do repertório, porque a enxurrada de críticas que a banda sofreria se isso acontecesse, seria muito maior e mais pesada do que a minha porque a incluíram. Enfim, segue o show!

HALLOWED THY NAME foi a próxima. Essa música é uma das coisas mais espetaculares do Maiden! Performance imbatível, apesar de Bruce também aparentar estar cansado dela. Mesmo assim, ela rouba a cena e não tem como ficar de fora. Eu só achei que ela estava deslocada nesse set. Tocar essa música antes de um bis, eu particularmente não acho muito legal, porque ela tem cara de final de show. E de certa forma, a sequência anterior das músicas estavam longas, e por mais que isso não canse o público, cansa a banda, visto que não há intervalos e nem solos individuais, não sobrando tempo pra ninguém descansar. Mesmo assim, foi uma grande performance, onde Bruce e os guitarristas roubaram a cena! Aquela batidinha de sino com as guitarras e o baixo são demais! Sem falar na letra e nas mudanças de harmonia nos solos... Clássico Absoluto!


"Scream for me Brazil! Scream for me Brazil!" THE IRON MAIDEN. A faixa título do primeiro album da banda indicava a hora do fim da primeira parte do show. Muitos anseavam esse momento, não pelo fim do show ou da música em si, mas pra ver a surpresa que não esteve presente na turnê do ano passado. Depois do solo, ocorre uma mega explosão, e a esfinge que estava atrás da bateria de Nicko se abre igual a um sarcófago, e de dentro dela, surge um Eddie na versão múmia, bem maior que o da turnê de 84/85 e esticando as mãos, como se fosse atacar e agarrar o público. Foi um momento sensacional e de show teatral puro! Encerramento excelente da primeira parte do show! A banda sai do palco, mas antes rola a distribuição de munhequeiras, palhetas, pratos, baquetas e tudo que tem direito.

2 minutos se passaram. Tudo escuro e do nada, aquela voz grave ecoa em todos os cantos da Apoteóse: “Wow to you oh Earth and Sea. For the devil sends the beast with wrath, because he knows the time is short. Let him who have understanding rackon the number of the beast, for it´s a human number. It´s number is six hundread and sixty six.” Pronto! O clássico que nunca pode ficar de fora de um show do Maiden e que ninguém, nem a própria banda se casa! THE NUMBER OF THE BEAST robou a cena, primeiramente por 2 bonecos de demônios semelhantes ao do clip surgirem em cima das esfinges. Depois, por cada momento do refrão, labaredas de fogo subiam sempre, dando pra sentir o calor até na arquibancada. E claro, as explosões e os gritos uníssonos da platéia de "Six Six Six". Foi um grande momento! Mas ainda tinha mais!



THE EVIL THAT MEN DO, infelizmente a única música representando o album “Seventh Son of Seventh Son”. Refrão cantado em uníssono por todos e com muita empolgação, e na hora do solo, um Eddie Futurista, o Cyborg da capa do “Somewhere in time” com mais de 3 metros de altura, entrava no palco, apontava a mira laser vermelha no olho esquerdo pra platéia e também apontava a arma pra todos. Momento excelente!


E pra fechar, SANCTUARY. Fui contra a inclusão dessa também. Sempre foi tocada a exaustão e não se encaixa no contexto de alguma forma. Desnecessário limar uma música pra enfiar essa. Mas enfim, animou o público e no meio dela, Bruce apresentou a banda, agradeceu a todos, falou da relação com o Brasil e do filme: “Brazil, you are the stars of the fucking show”. Foi engraçado ouvir isso, não nego. No final, aplausos calorosos e uma saída tranquila do local, as 23:30 em ponto.

Balanço geral: 2 horas de show com 16 músicas. Bom? Sim, muito bom! Mas com certeza poderia ter sido muitíssimo melhor! Por que? Por causa do repertório e em partes, da forçação de barra pra dar continuidade na turnê que vai encerrar agora em Abril na Flórida. Achei uma pena limarem CAN I PLAY WITH MADNESS, THE CLAIRVOYANT, HEAVEN CAN WAIT, REVELATIONS e MOONCHILD. Adorei CHILDREN OF THE DAMMED E PHANTOM OF THE OPERA no set, mas francamente, inserir WRATHCHILD e SANCTUARY não foi muito prudente limando as músicas que citei. Se era pra limar, que trocassem por coisas que não são tocadas há muito tempo, como FLIGHT OF ICARUS, CAUGHT SOMEWHERE IN TIME, KILLERS, PROWLER, enfim... opções não faltariam. 1 música do "Seventh Son" e 1 música do "Somewhere in time", particularmente, achei uma bola fora dentro da proposta da turnê. Podem me chamar de cético, de exigente, dizer que eu não sei curtir show, que Iron é Iron, que foi foda do mesmo jeito, enfim, falem o que quiser. Mas esse é meu ponto de vista: Iron Maiden é uma banda que tem pique pra fazer show de 2 horas e meia, até 3 horas; e podem até fazer, inserindo um intervalo de 15 minutos, que nem o Rush, Dream Theater e outras bandas fazem. Mas é aquilo: Pra que fazer isso, se o que eles dão ao público, o público adora, ovaciona e sai satisfeito? Não faz muito sentido mesmo. Isso é só pra exigentes ou fãs de música como eu e uma minoria

Mas valeu, afinal, foi meu primeiro show do Iron cara a cara, apesar da minha história com a banda ter mais de 10 anos, e foi altamente positivo! Vale o mérito de congratular esse fabuloso sexteto que continua firme e forte na ativa, produzindo bem, não se jogando no anonimato e nem se sustentando de passado, coisa que bandas contemporâneas que sobreviveram, fazem pra se manter vivas. Parabéns pro Iron Maiden, hoje e sempre! Ainda vou escrever algo sobre a trajetória deles, ou então comentar alguns discos. Aguardem! E aguardem também, pois 8 de Abril, tem KISS na Apoteóse. E eu estarei lá e vai rolar matéria aqui no Blog também! Saudações a todos e Up the Irons!


IRON MAIDEN - SOMEWHERE BACK IN TIME WORLD TOUR - FINAL LEG 2009:

12/03 - Manaus
14/03 - Rio de Janeiro
15/03 - São Paulo
18/03 - Belo Horizonte
20/03 - Brasília
31/03 - Recife












BANDA:

Bruce Dickinson: Vocal
Steve Harris: Baixo
Adrian Smith: Guitarra
Dave Murray: Guitarra
Janick Gers: Guitarra
Nicko McBrain: Bateria


SET-LIST:

Intro: Doctor Doctor (playback) / Transylvania (playback)
1 - Churchill´s Speech / Aces High
2 - Wrathchild
3 - Two Minutes To Midnight
4 - Children of the Dammed
5 - Phantom of the Opera
6 - Wasted Years
7 - The Trooper
8 - Rime of the Ancient Mariner
9 - Powerslave
10 - Run to the hills
11 - Fear of the dark
12 - Hallowed be thy name
13 - Iron Maiden
14 - The Number of the Beast
15 - The Evil That Men Do

16 - Sanctuary