Aí vem a polêmica: Por que Queen? Segundo Brian May: “Não usar esse nome significaria ignorar completamente que nós tivemos um passado.” Concordo! Quem fez esse passado glorioso, hoje enaltecido por uma geração de pessoas que sequer eram nascidas na época do auge da banda e por fãs radicais, não foi o Freddie Mercury sozinho. Aí caímos naquela questão: John Deacon não está ao lado de Brian May e Roger Taylor nessa nova empreitada. Uma pena! Ele não quis ficar no cenário musical, quis viver outra vida, longe de tudo que fez no passado. É um direito de escolha do cara não é? Ou vale ficar a pena perdendo tempo especulando se foi porque o uso do nome Queen e o uso de outro vocalista é uma apelação comercial pra ganhar dinheiro as custas de um passado brilhante, que supostamente deveria ser enterrado com Freddie, quando o mesmo nos deixou em 24 de Novembro de 1991 (há 17 anos atrás), vítima da AIDS? Não importa! Brian e Roger estão vivos, e muito bem! Tocando como nunca! Qual foi o grande legado que Freddie deixou em “Innuendo”? “O show tem que continuar!”. Remetam-se a questão de que no auge, a banda viajava em aviões separados, pois em caso de algum acidente, os outros permaneceriam vivos e continuariam com o legado criado e imortalizado pelos QUATRO! Podem observar que, após a turnê de "A Kind of Magic", quando Freddie teóricamente adoeceu e cada um fez os seus projetos solos em paralelo, a banda não acabou (apesar do nível musical dos dois últimos discos com Freddie terem caído de padrão consideravelmente). Peguem 3 músicas do último disco com Freddie vivo, o "Innuendo": The Show Must Go On, These are the days of our lives e a própria Innuendo. Analisem nas letras o que Freddie canta ali e pensem se não era uma vontade dele que a banda seguisse, pois o próprio, apesar das conhecidas crises de estrelismo que tinha fora do palco, em relação a banda, nunca demonstrou (pelo menos não publicamente) que era um ser superior. John não quis continuar tocando, mas nem por isso, Brian e Roger deixam de representar o Queen pelo que foi e pelo que ainda pode ser.
Lógico que questões comerciais são questionáveis pelo uso do nome Queen sem os dois integrantes fundadores. Mas mesmo assim, por que não usar? E qual é a intensão ao colocar um cara supostamente desconhecido cantando músicas do Freddie? Aí é que quem não tem conhecimento pra falar e enche a boca pra criticar, entra pelo cano! Ninguém está substituindo ninguém! A maioria das músicas do Queen que eles tocam ao vivo e que Rodgers canta, não são do Freddie, e sim de Brian, John e Roger. E já que, com Freddie vivo e por razões obvias, nos shows, o destaque principal era ele. Mas e agora? Freddie se foi. Uma pena, que Deus o tenha! Mas os caras estão aqui e tem muita lenha pra queimar e potencial ao vivo que talvez nunca tenham tido a chance de mostrar como estão tendo agora. Paul Rodgers não é o único que está cantando na banda. Brian May e Roger Taylor, que sempre cantaram músicas nos discos do Queen, além de fazer vocais de fundo maravilhosos nos discos e ao vivo, também cantam suas próprias músicas, coisa que pouco faziam nos shows com Freddie, conforme eu já disse, por razões obvias. Querem mais argumentos? Brian tocando música de sua carreira solo. Mais algum? Queen, a banda, tocando músicas do Free e do Bad Company, dando espaço para Paul. Aí eu pergunto: Tem alguém substituindo alguém aí? Ou tem uma banda querendo voltar a ativa, mas que, por ter um passado glorioso que não pode ser ignorado, deveria se esconder por trás de um mito popular?
Não amigos, Queen + Paul Rodgers é outra coisa. E não dá pra comparar, são duas coisas muito distintas e únicas! E quem conhece bem os trabalhos de Brian May, dentro e fora do Queen, sabe que as raízes musicais dele se combinam muito com as de Paul Rodgers (claro, quem conhece as bandas do Paul sabe disso também). E Roger Taylor nessa história? Todos sabemos que ele e Brian May sempre foram muito bem introsados, e após a morte de Freddie, quando ambos vaguearam muito pelo final dos anos 90 e início de 2000, participando de trocentos mil tributos, sem objetivo e sem saber o que fazer pra voltar com o Queen, os dois ficaram muito unidos e não poderiam deixar de entrar numa empreitada juntos. A prova disso é que essa parceria com Paul Rodgers em 2005, já rendeu um Cd/Dvd ao vivo, o maravilhoso "Return of the Champions", resultado de uma turnê de experimentação super bem sucedida em toda Europa, e agora, um disco novo, com material inédito e composto em parceria. O que há de errado nisso? Nada! 
O show estava marcado para as 22:00. Como no Brasil nada começa na hora, houve 30 minutos de atraso, e graças a Deus, não teve banda de abertura! O show começa com a imagem de The Cosmos Rocks, e vários efeitos sonoros, raios, trovões, efeitos futuristas no estilo “Dobra Espacial” de Jornada nas Estrelas. E fica aquela expectativa: “O que que eles vão tocar? Como vão abrir?” E foi em grande estilo. Antes da banda entrar no palco (não dava pra ver, pois fica tudo escuro e o teto do HSBC Arena ficou todo cheio de estrelas), ouvimos o riff de “Now I´m Here”. Fiquei extasiado com a possibilidade do show abrir com essa música e ouvir Rodgers cantando ela. Mas foi só um trecho do riff. Banda no palco. Música: “Hammer to fall” (autoria: Brian May). Começou bem, mas foi só um trechinho, pra depois começarem uma música que põe todo mundo pra pular e que é uma das clássicas do Rock estilo Queen: “Tie your mother down” (também de Brian May), e cantada no estilo Paul Rodgers, ficou forte, potente e animou a galera. E a partir daí, foi uma sucessão de clássicos do Queen. “Fat Bottomed Girls” (outra de Brian) mostrou o quanto os vocais entrosados permanecem como característica da banda, visto que não só Roger, Brian e Paul fazem esse côro juntos, mas os outros três integrantes (falarei deles mais a frente) também. E a música não pára! “Another one bites the dust” (John Deacon), “I want it all” (do disco “The Miracle", nunca tocada ao vivo com Freddie) e “I want to break free” (John Deacon) extasiaram todo mundo. Minha única ressalva negativa foi não terem dedicado nenhuma das músicas do John pra ele, afinal, essas duas músicas que são mega-hits são de autoria dele. Enfim...

Nessas músicas, percebemos algumas mudanças de arranjos sem mudar a base e de como Paul se adaptou bem a elas, e de como elas foram bem adaptadas a Paul. O cara também é um showman, e canta muito! A platéia já estava conquistada. No meio dessas músicas, Brian fez um agradecimento ao Rio, e ainda tentou falar em português.
Mas ficar só no passado não dá. E já que “The Cosmos Rocks” foi um disco novo gravado pela banda e pelo vocalista, o ideal seria apresentar alguma coisa desse material (infelizmente foi pouca coisa, porque mal ou bem, o passado acaba sempre falando mais alto. É inevitável). Tocaram o single “C-Lebrity” e a ótima “Surfs Up Schools Out”. Ótimas músicas, em especial a última, que lembra um pouco o Bad Company e mostra claramente o entrosamento entre o vocalista e a banda, que continua competente e em grande forma, ao contrário de outros contemporâneos já decadentes e que ainda insistem em apelar pro passado sem ter condições de fazer. Enfim...
Hora dos momentos solos. Paul foi apresentado por Brian May: “Por favor, aplaudam o nosso amigo que está aqui para cantar umas canções com a gente: Paul Rodgers”. E o cara ficou sozinho no palco com um violão, e cantou a belíssima “Seagull” do Bad Company. Isso mostrou a competência do cara, o passado dele, o fato de além de ser um puta cantor, ainda toca bem uma viola, e de novo vem a questão: o espaço é do Queen + Paul Rodgers. Após isso, Paul chamou ao palco o seu amigo, o “Doutor Brian May”(pra quem não sabe, Brian concluiu recentemente sua tese de Doutorado em Astronomia). Indo para a frente do palco, na rampa, Brian pegou seu clássico violão de 12 cordas e fez um agradecimento a toda a equipe pelo maravilhoso espetáculo que estavam podendo proporcionar ao mundo ao longo dos três meses dessa turnê. E em seguida, agradeceu ao Rio pelo carinho e hospitalidade e preparou todo mundo pra se emocionar.





Hora de cada um voltar pro seu respectivo lugar no palco e dar seqüência no show. “Feels like making love” do Bad Company (uma das melhores, senão a melhor do Bad Company) foi tocada pela banda e Paul, como sempre arrasou nos vocais. Uma homenagem ao vocalista foi exibida no telão, com imagens de diversas épocas de toda sua carreira. Muito bacana e merecida! E mais uma vez reforça a idéia Queen + Paul Rodgers. Dando seqüência, tocaram a música “We belive” do novo disco, e empolgaram bem a platéia.
Chegou a vez de Brian fazer o seu solo. E fez brilhantemente, como sempre, e tivemos mais uma surpresa que pegou o público desprevinido! Quem conhece o Queen, sabe que nos shows ao vivo da banda, quando Brian fazia seus solos sempre usando trechos do solo da música Brighton Rock, do disco "Sheer Heart Attack", e que Freddie entrava no meio e cantava um trecho curtinho, caía fora e Brian seguia. Em meio ao solo que estava tocando (no qual incluiu o riff de Keep yourself alive, percebido por poucos), Brian começou uma introdução de uma música que está no disco "Innuendo", e que vem antes de "The show must go on". É uma música de 3 minutos e que tem um curto trecho de Freddie cantando que não dura nem 1 minuto. O resto da canção é um solo harmonioso de Brian. Estamos falando de Bijou. E não é que no meio do solo, uma imagem de Freddie cantando aparece no telão e a voz dele é colocada em cima da música, dando a sensação de que ele estava lá. (A imagem em questão é do show de Wembley 86) Nossa, foi de arrepiar! Algo totalmente inesperado! E a música é uma gracinha, é uma curta declaração de amor em poucas palavras. A impressão que me dá é que Freddie escreveu isso para o seu último namorado como um tipo de despedida, sei lá. Seja como for, foi perfeito e muito lindo! E como se não bastasse, Brian ainda faz a gentileza de extasiar a platéia tocando “Last Horizon”, do seu primeiro disco solo “Back to the light” (Já com a banda de volta ao palco). Momento maravilhoso!

Paul ainda não tinha voltado pro palco. Aí ficou a dúvida: O que vão tocar? Eis que o som do baixo começa a fazer aquela batidinha clássica e Roger Taylor começa “hum ban ban ban, hum ban ban ban bay”. Era “Under Pressure”, totalmente inesperada, sendo cantada por todos os membros se revezando! Roger começou, Brian entrou nas partes que Freddie cantava em agudo e os outros músicos fizeram a parte do David Bowie, e o final, todos cantaram juntos. Desculpem a expressão, mas foi do caralho!!! Paul voltou ao palco e começaram “Radio Ga Ga” (autoria de Roger Taylor). O cara deu banho cantando e a platéia deu um show a parte com aquelas palmas coreografadas que viraram marca tradicional da música. Jamie Moses pegou um violão e Brian pegou sua guitarra preta e logo em seguida mandaram “Crazy little thing called love”, com uma reação uníssona do público gritando “Ready Freddie?”. Muito legal!! Em seguida, mais uma música nunca tocada ao vivo com Freddie: “The show must go on”, que teve uma interpretação explêndida de Paul, que chegou a arrepiar e emocionar todos os presentes. Sem falar nos solos de Brian e o teclado de Spike Edney marcando o rítmo da música. Maravilhoso! Mas uma emoção muito maior estava pra começar: Começam as notas de piano de "Bohemian Rhapsody". Legal, mas advinhem só quem estava cantando?
De volta para o Bis, Brian May apareceu vestindo uma camisa do Brasil. Muito bacana da parte dele! Nem todos os músicos estrangeiros que vem tocar aqui possuem esse respeito. O bis veio com a faixa título “The Cosmos Rocks”, que empolgou a galera. Em seguida, veio o hino do Free, “All right now”, talvez a música mais popular que a clássica banda de Rodgers possua. O refrão foi cantado com muita empolgação pela platéia, apesar da maioria não conhecer bem os versos da música. Já tava dando pra sentir que estava acabando. E como um show do Queen termina? Da mesma forma que termina desde o lançamento do disco "News of the world"

DIA 29/11/2008
DURAÇÃO: 2 Horas e 30 Minutos.




Nas histórias dos Irmãos Warner, sempre rolava alguma paródia com personalidades famosas, como Einstein, Bethoveen, ou artistas hollywoodianos como Mel Gibson. Eles aprontavam de tudo, sempre com muita ironia e situações de muito humor. Também faziam sátiras de filmes e histórias clássicas da literatura como Os Três Mosqueteiros por exemplo. Havia também o empresário Thadeus Plotz, que era diretor executivo da Warner Bros, e que era caracterizado aqui como um megalomaníaco que maltrada e humilha todos. Seu funcionário Ralf vivia caçando e correndo atrás dos Warners. E ainda tinha o médico austríaco, o Dr Otto Scratchansnif, um psiquiatra que tentava curar os problemas de "loucura" dos Warners, e acabava sempre enlouquecido por eles em situações de rachar o bico de rir! Além da sua Enfermeira, que enfeitiçava Yakko e Wakko, onde foi criado o famoso bordão "Olááááááá Enfermeira!!!", mesmo que a Enfermeira aparecesse vestida em outros trajes, sempre que eles a viam, rolava esse bordão, o que irritava a Dot. Ela, em contrapartida, quando via astros famosos como Mel Gibson e outros, também pulava em cima deles e ficava beijando todo mundo. Outra marca deles eram as cantorias, que foram brilhantemente adaptadas para o português, sem perder a excência e a qualidade do texto original! Era cada confusão que esses caras aprontavam e com uma genialidade única de comédia pra qualquer idade. Simplesmente fantástico!
Tinha também a Gata de rua Rita e o Cachorro Vira Lata Runt, que eram uma espécie de "A Dama e o Vagabundo", que viviam reproduzindo situações históricas em vários cenários diferentes, tipo Egito Antigo, Terremoto no México, Revolução Chinesa e outros. Além disso, faziam paródias e alusões a várias peças e musicais famosos, como por exemplo "Los Misarables", que com eles, se chamou "Los Miseranimais". Muito interessante!
Em suma, Animaniacs (que em português significa Animaníacos ou loucos por animação) é um desenho original, criativo, diferente e pra todas as idades, por envolver uma série de alusões e paródias, que por mais americanas que sejam, foram bem adaptadas para versão brasileira, de maneira compreensível e numa linguagem excelente para qualquer pessoa se divertir! Sem falar que o formato teatral do programa era ótimo! Sempre divido em esquetes, onde cada personagem tinha o seu destaque. Uma coisa que eu sempre achava interessante, é que em meio a alguma esquete, por trás da situação que tava rolando, sempre apareciam os Warners fugindo de alguém ou fazendo alguma coisa, tocando sempre a musiquinha de fundo deles. Ou então, quando eles protagonizavam a esquete, outros personagens apareciam ao fundo, como Pinky e Cérebro, os Pombos, Slappy, Mindy e Botões ou Rita e Runt. Isso era de uma originalidade só!






É importante destacar o trabalho de Carla Pompílio nessa cena. O corporal que a atriz criou, assim como a entonação da voz para a personagem, somadas com sua interpretação, fazem o público crer que de fato estamos diante de uma senhora de 78 anos. E aí entra o trabalho do ator, e um trabalho que agrada muito a mim como ator também, que é a questão do corporal para a criação de um personagem, e como a base da expressão corporal facilita na construção de todo o resto. Citei a Carla como exemplo, pois nesse personagem específico, o trabalho está louvável, mas o mesmo podemos dizer de todos os atores desse espetáculo. A preparação e o trabalho corporal estão 100% entrosados com o rítmo, afinal, comédia só funciona como rítmo dinâmico que não pode decair, e nesse espetáculo, isso não acontece, pois o rítmo não cai!